“Na Internet, ninguĂ©m sabe que vocĂȘ Ă© um cachorro”, dizia a legenda do famoso esboço de Peter Steiner, publicado no The New Yorker em 1993. Vinte anos depois, provavelmente Ă© fĂĄcil. nĂŁo apenas para aprender sua corrida, mas tambĂ©m para muitos outros detalhes pessoais.
Na Universidade de Cambridge, Michal Kosinksi, David Stillwell e Thore Graepel reuniram os gostos e perfis demogrĂĄficos detalhados de 58.000 usuĂĄrios voluntĂĄrios do maior site de rede social,<âŠ>
do Facebook. Eles aproveitaram os resultados de vĂĄrios testes psicomĂ©tricos e conseguiram adivinhar corretamente de 60% a 95% dos dados pessoais de cada membro do Facebook (vocĂȘ pode fazer o download do estudo de 16 pĂĄginas). Seu modelo distinguiu com ĂȘxito entre homens gays e heterossexuais em 88% dos casos, entre afro-americanos e caucasianos em 95% dos casos, e entre democratas e republicanos em 85% dos casos. Em outros testes, o resultado foi menos preciso, pois o modelo descreveu os usuĂĄrios como “fumantes” ou “viciados em drogas” que, apesar de suas preferĂȘncias em pĂĄginas, postagens e eventos, nĂŁo eram.
Este diagrama mostra a porcentagem de previsĂŁo bem-sucedida de dados pessoais de cada indivĂduo, com base nas preferĂȘncias que ele declarou por Like no Facebook.
Esse modelo adivinhou corretamente a orientação sexual dos membros do Facebook, Ă© claro, declarĂĄ-la diretamente em pĂșblico. Da mesma forma, outros detalhes pessoais do Facebook Likes sĂŁo revelados com sucesso, como religiĂŁo, crenças polĂticas ou mesmo se os pais foram separados quando o usuĂĄrio tinha 21 anos. E esses nĂŁo sĂŁo os Ășnicos elementos que podem ser revelados com um tratamento semelhante ao Likes, apontam os pesquisadores.
A pesquisa conclui que essas anĂĄlises podem melhorar as propostas de produtos de um departamento de marketing ou a mensagem publicitĂĄria que eles enviam aos grupos de usuĂĄrios com base em seu agrupamento. Por outro lado, os pesquisadores estĂŁo tocando a campainha de alarme, uma vez que essas anĂĄlises podem ser feitas sem o consentimento explĂcito do usuĂĄrio e sem perceber. Empresas, agĂȘncias governamentais ou mesmo amigos do Facebook escrevem que poderiam usar software que revelaria informaçÔes como inteligĂȘncia, orientação sexual ou crenças polĂticas que o usuĂĄrio pode nĂŁo ter a intenção de divulgar quando Gostar. Imagine casos em que esses agrupamentos baseados em possĂveis informaçÔes pessoais, mesmo que nĂŁo sejam corretas, possam representar uma ameaça ao bem-estar, Ă liberdade ou mesmo Ă vida da pessoa que sofreu a anĂĄlise de seus gostos. Por exemplo, nĂŁo basta esconder cuidadosamente a identidade sexual de uma pessoa, pois ela pode ser revelada pelos seus “vestĂgios” digitais.
A pesquisa foi financiada pela Boeing e Microsoft Research.
VocĂȘ pode ocultar o que vocĂȘ gosta no Facebook, alterando as configuraçÔes relevantes. Na parede, embaixo da capa (por exemplo, http://www.facebook.com/onoma.xristi /favoritos) vamos para “Eu gosto” e vocĂȘ escolhe Em processamento. Ajuste as configuraçÔes de privacidade por seção (PĂșblico, Amigos, Amigos sĂŁo excluĂdos, Somente I.).
Fonte: tech.in.gr